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Páscoa e a promoção do bem

A Sexta-Feira Santa é o dia em que os cristãos lembram a morte de Jesus Cristo na cruz. Este ano, caiu no dia 7 de abril. Já, em relação ao Domingo de Páscoa, a Bíblia relata que é o dia de celebrar a ressurreição de Cristo, sua primeira aparição entre os seus discípulos. É admirável a história da vida do nosso Senhor Jesus Cristo, cujos exemplos vêm sendo seguidos pelas pessoas de bem. Ele não aceitava o tipo de vida que seu povo levava: governo cobrando altos impostos, riqueza concentrada nas mãos de poucos e extrema pobreza e miséria para a maioria.

Mulheres

Mais de dois mil anos depois, infelizmente, constatamos que pouca coisa mudou. Até mesmo os regimes considerados democráticos, ainda não conseguiram promover a tão almejada justiça social e nem acabar com as discriminações de toda ordem, principalmente em relação às mulheres. Ao lembrar o espírito da Páscoa, sugiro uma reflexão sobre alguns temas sensíveis para nós brasileiros: a situação das mulheres e dos menores.

Veja o exemplo dos comerciários e dos práticos de farmácia, categoria que represento no Congresso Nacional. Eles são 12 milhões em todo o Brasil, sendo 2,5 milhões só no Estado de São Paulo. Mais de 50% são mulheres. Em muitos estabelecimentos comerciais, as mulheres, mesmo trabalhando nas mesmas funções dos homens, continuam recebendo salários mais baixos. Temos lutado contra isso de forma intensa e contínua, tanto na Federação dos Comerciários de São Paulo (Fecomerciários), como na Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) e nas comissões temáticas no Congresso Nacional.

Impressionante, como ainda temos tantas barreiras para transpor e transformar o discurso teórico em prática diária. Também são muitos os patrões e líderes dos diferentes segmentos produtivos que, diante de microfones e câmeras, defendem a implantação e o respeito à ESG sigla criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) que é traduzida como respeito pelo meio ambiente (Environment) pelo Social e pela Governança corporativa (Governance). Mas para muitos é só discurso.

Os comerciários representam a maior categoria de trabalhadores urbanos no Brasil. O que acontece com eles é um termômetro da economia. Se o comércio vai bem, encomendas são realizadas para a indústria e a roda da economia gira em benefício de todos. A cada negociação salarial temos que lutar muito para manter e ampliar as cláusulas sociais, garantidas por meio de Convenções Coletivas.

Menores

Outro assunto preocupante, e que também faz parte das nossas prioridades, é o trabalho infantil. O número de crianças brasileiras de sete a 14 anos, em alguma atividade laboral, pode ser cerca de sete vezes maior do que apontam as estatísticas oficiais. A constatação é de um estudo de dois pesquisadores: do brasileiro Guilherme Lichand, da Universidade de Zurique (Suíça), e de Sharon Wolf, da Universidade da Pensilvânia (EUA). O estudo concluiu que o trabalho infantil prejudica aproximadamente 20 por cento das crianças dessa faixa etária, ou seja, mais de 5,6 milhões de vítimas brasileiras, que são exploradas por adultos.

Sugiro que nesta Páscoa, aproveitando o fim de semana prolongado, você leitor(a) aproveite para fazer uma reflexão sobre esse cenário e sobre como você pode ajudar a reduzir essa triste realidade brasileira. Ter fé é importante. Mas não basta. É preciso trabalhar de forma continuada em prol do bem estar coletivo e da redução das desigualdades e das injustiças.

*Luiz Carlos Motta é Presidente da Fecomerciários e da CNTC. É Deputado Federal (PL/SP)

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